Contemplação
Escrito no dia 26 de Setembro de 2006, não me lembro porquê, nem tão pouco me lembrava da existência de tal coisa e creio que não contaria se me lembrasse. Mas tinha como título Everblue, o meu alterego, durante tanto tempo. Foi tão estranho!, encontrá-lo nesta altura. Já que vos deixo partilhar a minha introspecção, mostro também para onde olho quando o faço (poster na parede do meu quarto).
Perdeste a sensibilidade de ti, cedeste ao livor dos teus afectos, o teu reflexo evaporou-se e desapareceste, amnésica do tempo que passou e não viveste.
Abriste-lhe os olhos ao teu mundo mágico e deixaste-o entrar. Agora esse mundo é dele e tu ficaste só com metade de ti.
Sumiste, ilesa, incólume, de memórias desvanecidas, embriagada de sonhos.
Deixas que a inércia te leve por uma vida sem mitos nem heróis, uma história que se apaga atrás da tua sombra. Cumpre-se a profecia dele e agora odeia-lo mais.
A verdade precipita-se, fica esquecido, absorvido em quem já não és e tu, espectro de ti, já não te obedeces e sei que não darás nem mais um passo, sozinha.
Ficas no teu silêncio, sacodes a tua violência, procuras as recompensas pela tua dor, só queres paz e prometo-te que há-de vir pela manhã.
Os teus olhos negam o que vês, mas ele encontrou-te. Não consegues lembrar-te dele, não é o mesmo também. Quer ficar e falar de amor. Sabes o que tens de lhe dizer para continuares azul.
“Sshhh! O amor não existe (em ti) e não fales mais que eu estou à espera da Lua…”