sábado, 28 de fevereiro de 2009

Luto

Há bem pouco tempo, experimentei a sensação mais dolorosa que se pode ter, pela primeira vez. A morte de alguém que amamos de verdade. E devo dizer que ainda não me recompus, nem sei se alguma vez ultrapassarei esta situação, não sei como aguentam as pessoas que passam por isto mais do que uma vez. A sensação de choque inicial, a pressão na cabeça, a vontade de nos isolarmos do mundo. A persença constante dessa pessoa no pensamento, como se só ela importasse quando nos apercebemos da impossibilidade de ouvirmos uma retribuição dum "amo-te muito, vai correr tudo bem". Como se a despedida suavizasse a separação. E o que mais me custou foi chorar. E quando chorei, chorei horas e horas até adormecer de cansaço.
Continuo a dizê-lo todas as noites baixinho antes de adormecer, como um ritual, como se pudesses ouvir. Agora já consigo dormir uma noite inteira sem acordar, ficarias contente se o soubesses.

E porque escrevo eu isto hoje? Que importa isto agora? Porquê acordar os fantasmas de toda a gente hoje? Sim, porque infelizmente há muito poucas pessoas que nunca passaram por uma situação de grande perda. Peço desculpa. Porque eu soube, porque eu estava por perto quando tudo aconteceu. Porque tenho a certeza que custa muito mais quando estamos muito longe e muito muito mais quando só sabemos 3 dias depois.

Migamor não imagino o que estás a sentir, mas queria tanto poder ajudar-te. Porque é nestas alturas que se entende a efemeridade da vida, a morte custa, principalmente quando não podemos despedir-nos em vida.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O melhor do mundo


Bolo de Chocolate, claro está. Hoje lá fui eu provar o famigerado bolo e é, de facto nhami! Como chocoholic que sou, só não lhe posso atribuir o título, porque ainda não provei todos, mas é tão bom. Como a Cecê, a minha companheira de provas de sobremesas, diz: sabe a maltesers. eu não concordo, até porque não aprecio as tais bolinhas. Quem teve esta ideia foi certamente iluminado pelo Deus Quetzalcoatl (Deus da civilização Maia a quem se atribui a dádiva do cacau). Eu sempre achei que as óstias na igreja deviam ser de chocolate. Agora que já não vou à missa, vou passar a ir mais vezes a campolide, Rua Coelho da Rocha, à Cozinhomania.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mañana amaneceré em Zaragoza

Pois é, e dum momento para o outro, tenho passagens marcadas.



Hotel em regime de pensão completa...



Só é pena não ter companhia!



Porque a tradução não é uma profissão, e um estilo de vida, tenho dito!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Alguém especial para mim ou assim...

"Alguém especial para mim ou assim", escreveu isto com a coragem de quem não tem medo de ser fraco, nem orgulho em ser tão forte.

Às vezes a voz parece agrilhoada em correntes tão fortes que temos tanto medo de as partir como a nós próprios. Porque se partirmos as correias da voz ela pode correr desenfreada por aí, a língua estica como se fosse de borracha e serpenteia pelos túneis escuros do silêncio inundando distâncias. E o vazio que era eco sem voz do outro lado fica cheio de um mar de palavras que ou nos afoga ou embala como a mais suave almofada ou as águas quentinhas do México. Porque os silêncios são como o mar e a diferença está no mar, se é de Inverno ou de Verão, se está bravio ou sereno. Se depois das palavras o mar fica calmo o amor vence e leva-nos à praia solarenga e às brincadeiras na areia, se as palavras são demónios enfurecem Neptuno e o mar engole-nos para o fundo. Naufragamos. A diferença está no mar.

Nasci na Atlântida. Para mim tudo é brilhante e amor, há sempre um bocadinho para o abraçar. E tenho medo dos silêncios. Tenho medo de perder a tua voz do outro lado do túnel. E que o túnel aumente tanto que nem correndo ao máximo de mim não consiga chegar ao outro lado. Não é obsessão, não, é saudade. É saudade de quem gosta, de quem pensa naquele sorriso quando acorda e chama por ele quando não consegue adormecer. É saudade de quem lê palavras antigas quando não há novas, de quem é sempre capaz de fazer mais um bocadinho por um sorriso maior. É nessa saudade de ti que eu vivo e nessa Atlântida em que danço a minha inocência e ternura infinita. Entre sonhos e quimeras, esperanças e utopias. Ilusões? Não. Faço puzzles das tuas palavras e dos teus sorrisos, reforço as linhas da manta de recordações e pinto um arco-íris de pano de fundo dos nossos momentos. Sempre que sinto a tua falta, prolongo as recordações. Dou-lhes outras cores, lembro outras palavras, pequenos momentos, instantes preciosos. E assim parece sempre, mas sempre, que estive contigo ontem.

E quando o medo quer levar a melhor, quando fica frio e aquela vozinha má me quer fazer triste sussurrando a minha solidão e o teu silêncio, eu agarro-a com as mãos e meto-a dentro do saco de recordações, sufoco-a até morrer. Por fora o saco está decorado de fotografias e saudades. E como Pandora, guardo lá dentro todos os demónios que me querem fazer mal. E nunca vou abrir a caixa. Porque mesmo longe de mim, há um tesouro desembrulhado mas nem por isso fugidio, há um tesouro fora dos meus braços mas que corre sempre para eles, há um tesouro que reluz sempre mais e mais e que não precisa de ser metido num saco para ser meu. Apenas sentir o meu carinho de vez em quando. Limpo-lhe a poeira dos dias e ele está pronto para brilhar mais e mais. E é sempre melhor.

O meu tesouro és tu.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

RR na Hora do Bolo

Amanhã a Rita Redshoes (que muitos querem como namorada, será que alguém já tem essa sorte?), faz um bolo de maçã com cereja. Para saborear ao som de 12 canções, entre as quais esta:



Amanhã, às 5, na rádio radar, nós levamos o chá, verde, menta e freixo, pode ser Ritinha?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A bela e o louco... agora

A voz doce e coerente de Inês Meneses e a loucura na rouquidão e suspiros na voz de Pedro Paixão. Aqui e agora. "Estou completamente velho e cansado e gordo".

"A literatura é uma causa perdida. Porque as pessoas deixam de saber ler, de saber escrever."

"Gosto cada vez mais de menos pessoas."

"O que eu faço melhor é títulos" - ao falar dum projecto cinematográfico no qual ainda não sabe se se vai envolver, que terá um título que será algo parecido com "No meu coração não há lugar para mim".

"O sexo é importante porque é o caos... tu não sabes o que está a acontecer, não vês estás cego. O sexo é (suspiro) é (suspiro)... Não vamos falar mais sobre este assunto."

sábado, 7 de fevereiro de 2009

At my most beautiful

Uma das músicas mais bonitas que já ouvi e que é como que um último recurso para quando nada mais resulta para curar a tristeza. Volume de estremecer vidros encostada às colunas, paralisada, para no fim, quase conseguir voar... É sempre assim. E o vídeo tem uma mensagem extraordinária... Everything's not lost, ever!

At my most beautiful
I count your eyelashes, secretly.
With every one, whisper I love you.
I let you sleep.
I know you're closed eye watching me,
Listening.
I thought I saw a smile.

YOU've found a way to make ME
YOU've found a way
A way to make ME smile


Killers on the OC

Quem bem me lembro disto, quando estava tudo de pernas para o ar, ou seja, neste espisódio não estavam todos felizes para sempre. E o mais engraçado foi pensar nos casais que se formaram a seguir, Lindsay + Ryan, Seth + Alex e o melhor Marissa + Alex. Tudo por terem ouvido os Killers, talvez por isso a minha preferida seja Smile Like You Mean It. E já tenho o meu lugar garantido no Restelo!

Devia ter pensado nisso antes? Mas tu achas que eu pensei no que fiz? E agora? Que adianta? Morrer chega?
Não me chames Ana!, sou mais do que anos de Anas... Já passei por todas e hei-de passar à frente de todas quantas haja. Eu sou eu, não posso ser o que és, não consigo, não consigo ver-te, nem prever-te. E rever-te será?
Doida? Sou o que tu quiseres chamar-me, a teu ver, nada mais sou do que tudo o que de pior seja. Antes viver em bolas de sabão, e pintar tudo de arco-íris, espalhar pós de perlimpimpim, adormecer nas estrelas e acordar mesmo no centro da Terra, num mundo de infinita fantasia, paroxismo e esquizoidia do que ser limitado, vazio de criatividade e de sentimentos, de facilitismos e de insatisfação, vida melancólica disfarçada em momentos vãos de sexo e de frivolidade.
E não me venhas comr respostas-espelho. O que eu escrevi não sou eu, és tu, eu sou muito pior que isto, mas não sofro de asfixia de discurso, nem de medo crónico. Isso és tu, cobarde de coração.
E não faço nada, até que mudes...
Greve de silêncio, greve de sono, greve de fome , greve branca, greve negra, greve de todas as cores, porque a minha vida está grave, não a quero agudizar. Suspendo-me psicologicamente de forma voluntária e por tempo indeterminado. GREVE! GREVE! GREVE! Até que alguém me tire desta greve de vida ou me mate de vez!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

97.8

Depois de alguns dias de ausência posso finalmente respirar de alívio, isenta de exames e com notas razoáveis e no fim-de-semana que passou vi nevar! Mas enfim (lembra-te alguma coisa tracey? =), voltei e com quê? Sugestões musicais, claro!

Primeiro os WHITE LIES, direitinhos de Londres para o Belogue, banda de post-punk indie (seja lá o que isso for), lançaram em 2008 o álbum To Loose My Life (que engraçado, parece que foi o que andei a fazer no ano passado). Não há concertos agendados para Portugal, o mais perto será em Paris...
A faixa título é absolutamente incrível.



He said to lose my life or lose my love,
That's the nightmare I've been running from.


Mas a música que me fez apaixonar foi Unfinished Business, esta já mais conhecida. Um nome a reter, sim?


Depois, Ladytron com Runaway, faz parte da banda sonora do FIFA 90, tenho vindo a reparar que têm músicas espectaculares, ao menos isso, que PES e FIFA são os grandes rivais de qualquer namorada!



E, para terminar, um clássico para recordar, apesar de só ter 24 anos sou assustadoramente nostálgica, estou sempre a pensar no que já passou, como se os meus anos pesassem toneladas. Cresci a ouvir Queen, Guns, Michael Jackson, New Order, REM. E deliciava-me a tentar balbuciar algumas palavras num dialecto inventado por mim e que eu dizia ser inglês. Agora, cresci.

So to dance or to forget, get drunk and dance with me, 'cause "it doesn't get much better than this". Senhoras e senhores - Stevie Wonder live in Sesame Street (wherelse?) - SUPERstition.

Os Pitecos



Mais cartoons dos pitecos.

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