quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Os golfinhos dormem com um olho aberto

Tirar um curso de literatura não aumenta em nada o teu sex appeal (para isso tira um curso de cinema), mas no meio de uma conversa, com uma moçoila de saúde farta e de intelecto definido, sempre se marcam uns pontos terminado a frase dizendo "...parece um livro que ando a ler.". Isso basta? Sim, mas também ajuda saberes o nome de um livro que seja. Atenção, se pensas sair outra vez com a mesma rapariga, convém saberes pelo menos o nome de dois daqueles conjuntos de folhas encapadas. Mas o que realmente impressiona? É dizeres o nome na língua original. O ideal é ser uma língua que ela desconheça.

Eu cá ando a ler o Hitsuji o meguru bōken, de 1982 (boa, saber o ano é mais um ponto ou dois). A verdade é que é um livro que foi já bastante vendido, mas ao dizer que ando a ler o 羊をめぐる冒険 as pessoas ficam a pensar que ando a ler um livro em japonês.

Introdução feita, vamos ao que importa:

"Pareceu-lhe que o olhar dele era demasiado inquisitivo para se tratar de un possível cliente de negócios, a sua indumentária era demasiado elegante para um inspector das Finanças, o seu ar demasiado intelectual para ser da polícia."

"Devia ter cerca de trinta e cinco anos e quarenta anos. Media perto de um metro e setenta e cinco e o seu corpo parecia não ter um grama de gordura. As mãos eram finas, sem vestígios de rugas. Os dedos, comprido e afilados, faziam pensar num bando de animais gregários que, por mais anos de treino e habituação à vida sedentária e doméstica, albergavam ainda a memória das suas origens selvagens. As unhas apresentavam-se impecáveis, tratadas na manicura, devendo ter custado muito tempo e cuidado para conseguir aquela perfeita elipse na ponta de um dedo. Umas belas mãos, há que reconhecê-lo, ainda que com o seu quê de inquietante.
Em contrapartida, a sua fisionomia não era tão eloquente como as mãos. Os traços regulares, mas o resto destituído de empressão, quase sepulcral. O nariz e os olhos eram..."!

E aqui parei de ler... mas que raio?! Ele era japonês! Todos os japoneses são iguais! Porquê perder tempo, linhas ou tinta?

6 Comentários:

EL disse...

As moçoilas de saúde raramente são fartas em cultura geral. Muito raramente (faria mais pleonasmos, mas acho que dá para perceber sem ter de ofender).

EL disse...

Não chegaste à parte do cabelo, é o que os difere... às vezes.

Gui disse...

"Para isso tira um curso de cinema"??

Estás a dizer que o meu sex appeal aumenta por tirar um curso de cinema?? Espectaculo...

Adoro este blog... lol =)

hug,
gui
(ramboiablog.blogspot.com)

EL disse...

O que os distingue em vez de difere, realmente aquilo já não eram horas de comentar. Ah! E os tubarões também.

Fátima disse...

se fosse chinês, estranhava a altura, mas os japoneses costumam ser mais altos não é?

Alison disse...

Os asiáticos parecem-nos todos iguais e se calhar para eles, nós também somos todos parecidos. Só que eles só podem nascer morenos, coitados!

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