quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Gostar ou não do Natal - eis a questão

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Recentemente, perguntaram-me se eu era o Grinch lá de casa. Um pouco, mas não completamente. Até gosto do Natal. Mas só naquela pequena aldeia "atrás do sol-posto", onde faz tanto frio que só o chá a escaldar me aquece as mãos, e as labaredas do lume queimam-me a ganga das pernas de tanto "me arrumar" à lenha que crepita a vermelho-quente na lareira. E não importa que o meu casaco cheire a fumo, porque não é de tabaco, é do lume. Adoro sentir a cara a queimar e os olhos hipnotizados pelas labaredas. Até gasto alguns guardanapos a brincar com o lume, porque adoro ver arder, pela explosão de luz que se cria. E paro quando me lembro que a brincadeira não é lá muito correcta para com as árvores. Mas todos os anos mantenho a tradição dos guardanapos e chá ao lume.
Não gosto da ideia de "dar presentes porque é Natal", mas agrada-me saber em segundos os nomes a quem daria presentes em qualquer altura do ano: e são esses que vão receber presentes meus dia 25 de Dezembro. Até podem ser chocolates, porque não sou muito paciente em lojas, e porque acho que a ideia de me ter lembrado de tal pessoa, é suficiente.
Não vou ficar deprimida porque o Natal inspira o espírito consumista, e porque há cadeiras vagas no jantar de família. Não vou ser refilona e do contra porque sim. O Natal não é assim tão mau.

E mais uma vez Fernando Alvim complementa a minha opinião:

"De resto, se querem saber nunca percebi esta esquizofrénica preocupação das pessoas em desejarem umas às outras “ Boas Festas” ou “ Feliz Natal”. Mas com o diabo, o que pode correr mal no dia de Natal? Falhar a luz? Queimar em demasia o leite-creme? A avó engasgar-se com uma noz? Sejamos francos, é só um dia, uma noite só, que às duas da manhã mais coisa menos coisa, já deve ter acabado para a grande maioria, porque mais uma vez alguém se enfrascou em demasia.

Agora, se me falarem sobre o “ Bom Ano!” aí, a história muda. Porque um ano são muitos dias, muitas semanas, muitas manhãs a correr os riscos inerentes ao trânsito, às vicissitudes do dia-a-dia. Pode-se ter um AVC a qualquer altura e cair redondo no chão. Ah pois! Aí sim, Medinho! Faz todo o sentido: alguém nos deseja bom ano e vos garanto que não o faz por umas horitas, por uma noite igual às outras mas sim 365 dias em que isto pode acontecer. Se bem, que na noite de Natal há pessoas que têm a mania de não chegarem ao ano novo, o que é desagradável - sobretudo se já tiverem comprado as passagens para ir a Times Square Garden ver os papelinhos a caír.

Onde íamos? Porque é que eu gosto do Natal agora, não é verdade? Não faço ideia, foi de repente, comecei a gostar. Acho que ficava triste porque me habituei a isso. Porque era parvo. Dizia para mim, “É Natal, está frio e está na mesmo na altura de ficar deprimido!” e ficava
."

4 Comentários:

PL disse...

isso tudo para me dizeres que vou ter uma prenda este ano! Está bem, pode vir.
Mas pronto, também ando nesse sentimento, apesar de não me dizer muito o Natal em família, não me importava de trabalhar nesses dias.

Anónimo disse...

Há consumismo, sim. Mas usar isso como pretexto para refilar é uma parvoíce. Nós é que ditamos as regras do nosso Natal.
Eu faço greve ás prendas compradas sem pessoa em mente (coisa típica da minha mãe). Dá-me prazer comprar com carinho e ponderação, pensar naquela pessoa e no que ela ia gostar.
Natal é família. É ver as pessoas que não se vê o ano todo (ou não), é por de lado aquelas embirrancias e dar azo às conversas para as quais não teriamos paciência no resto do ano.
Eu acho que HÁ um espírito natalício, mas algumas pessoas esquecem-se dele. Acho que SIM, as pessoas são mais solidárias e amigas nesta altura. E não me venham com o "ahh só nesta altura é que se lembram dos pobrezinhos", porque o mal disso não é do Natal, é dos outros meses do ano.
Natal faz-me pensar em amor. A serio, parece lamechisse, mas faz mesmo. É por isso que o Natal pode ser triste... quando estamos sozinhos, quando temos problemas familares, quando sentimos a falta de alguém que já partiu... se o Natal fosse "só mais um dia", não importava. E digam a verdade, importa, não importa?
Eu gosto das luzes. E do frio. E da música que ecoa nas ruas da minha cidade. Gosto de ver as pessoas porem decorações nas portas. E gosto de ver pelas janelas uma arvore de natal a piscar.
Já sei que está fora de moda, mas gosto.
Bom, mas também... eu sou uma romântica.

Alison disse...

Até gosto do Natal tirando a parte da distribuição das prendas!
O jantar é tão fixe! Isto porque a minha família é um pouco apanhada. É só asneira atrás de asneira e sempre a gozar. Ah já tá quase "Merry Christmas, Joyeux Noël e Feliz Natal". Só de me lembrar, já tou a rir.
Eu tenho sempre o lugar no sofá colada ao lume da avó! Também me lembro de ficar com os olhos assim e de queimar as sapatilhas! A minha avó tá sempre a refilar "Ai se pudesses, enfiavas-te para lá! Raios ta partir!"
E depois há a fogueira! E as luzes, e o frio e a neve às vezes!
Gosto muito menos da passagem de ano.

EL disse...

Eu estive em risco de passar o Natal a trabalhar e devo dizer que passei a gostar muito mais deste dia.

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